JORNALISMO CEARENSE PERDE IVONETE MAIA

IVONETE MAIA O jornalismo cearense está em luto. No começo da tarde de ontem, 14, a jornalista e professora do Curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Ceará (UFC), Maria Ivonete Moreira Maia, faleceu aos 73 anos, vítima de um câncer no esôfago. Dona de um texto literário inconfundível, ao longo da carreira, Ivonete trabalhou nos principais veículos de imprensa do Estado e foi a primeira mulher eleita presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Ceará (Sindijorce). Atualmente, a jornalista estava à frente da Associação Cearense de Imprensa (ACI). A missa de corpo presente acontece hoje, a partir das 10 horas, no Complexo Funerário Ethernus, na Rua Padre Valdivino, nº 1688.

Nascida na cidade de Jaguaruana (a 180 quilômetros da Capital), a jornalista formou-se em Letras pela Universidade Católica de Filosofia e fez parte da primeira turma de Jornalismo da UFC, em 1969. Durante sua carreira, exerceu funções nos veículos “O Nordeste”, “Gazeta de Notícias”, “O Povo” e nas rádios Assunção e Verdes Mares. Na Universidade, foi também assessora do ex-reitor Walter de Moura Cantídio, diretora da Rádio Universitária FM e de ouvidora Institucional, cargo que ocupou até julho do ano passado.

A jornalista e professora, Adísia Sá, revelou que teve o privilégio de ser uma das primeiras professoras de Ivonete Maia. Com tristeza, mas de forma serena, Adísia lembrou a sua ligação com a antiga aluna e da importância dela, inclusive, no cenário nacional.

“Ivonete Maia foi a primeira brasileira a tornar-se presidente de um sindicato de jornalistas. Só isso já pode ser considerado um feito. Ela era dona de um texto primoroso que, até hoje, nos encanta. Perdemos uma das maiores personagens da imprensa brasileira. Ivonete era considerada um modelo de ética, sempre dedicando-se à área da educação. Tenho certeza que sua obra ficará para a eternidade”, destacou Adísia Sá.

LUTADORA NA VIDA E NA PROFISSÃO

Além da atividade intelectual, Ivonete também deixou o seu legado nos movimentos sindicais. Ferrenha defensora do curso superior para o jornalista, a professora também contava com a confiança dos profissionais do setor na busca por seus direitos. A presidente em exercício do Sindijorce, Samira de Castro, salientou a importância de Ivonete para a construção de uma categoria respeitada e ativa.

“Ela foi uma referência tanto para os jornalistas como para os movimentos sindicais. Além de ter sido a primeira presidente mulher, Ivonete foi a primeira presidente da história do sindicato a ser reeleita. Isto só demonstra a confiança que a categoria depositava nela. A sociedade perdeu uma grande profissional, mas temos que enaltecer e não esquecer o seu legado e sua produção literária”, enfatiza a dirigente sindical.

Ainda ontem, várias instituições públicas realizaram homenagens e fizeram questão de lembrar a vida de sucesso de Ivonete Maia. O pleno do Tribunal de Contas do Estado do Ceará (TCE-CE) aprovou, por unanimidade, voto de pesar pelo falecimento da jornalista. O reitor da UFC, Jesualdo Pereira Farias, que se encontra em Brasília, decretou luto oficial de três dias. O setor de Ouvidoria da instituição também permaneceu fechado durante toda a tarde de ontem.

SOUTO FILHO – soutofilho@oestadoce.com.br

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